Além disso, é importante considerar que as famílias de baixa renda, em geral, não têm acesso a outras formas de crédito. Para esse público, taxas de juros mais baixas fazem toda a diferença, permitindo, por exemplo, a compra de um carrinho de pipoca para iniciar um pequeno negócio.
O Endividamento das Famílias é um Motivo de Preocupação?
O cenário atual é desafiador. A conjuntura econômica é difícil tanto para os clientes quanto para os bancos.
De um lado, a inflação compromete a capacidade de pagamento das famílias; de outro, as altas taxas de juros reduzem o volume de novos empréstimos.
No caso do BMG, nosso portfólio de crédito é mais conservador e seguro, e nossa taxa de inadimplência continua baixa. Ainda assim, monitoramos de perto a evolução dos indicadores para agir rapidamente, se necessário.
Qual o Impacto Dessa Situação nos Bancos?
No crédito consignado privado, a taxa de juros final é definida pelo governo, atualmente em 1,85% ao mês.
O problema é que o custo de capital não acompanha essa definição, já que depende de fatores como a taxa Selic e os depósitos de dois anos atrás.
Resultado: as margens estão extremamente apertadas.
Para se ter uma ideia, o spread — que já foi de 1,2 ponto percentual — caiu para cerca de 0,60 ponto percentual. É esse spread que cobre todos os custos operacionais e impostos, o que torna a operação menos atrativa.
A Folha de Pagamento e as Perspectivas para 2025
Em 2024, o crédito consignado representou 63% do portfólio do BMG, totalizando R$ 26 bilhões.
No entanto, diante da redução do spread no consignado, nossa estratégia para 2025 será diferente: vamos priorizar operações de maior rentabilidade, como o crédito pessoal.
Em outras palavras, nosso apetite por operações de folha de pagamento será menor, focando mais em linhas de crédito que ofereçam melhor retorno ajustado ao risco.

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