O Bitcoin subiu novamente na terça -feira (22), superior a US $ 90.000 pela primeira vez desde o início de março. A criptomoeda se acumula alta de 21% desde o mínimo registrado em abril, enquanto as ações dos EUA e o dólar ainda estão caindo, o que sinaliza a possível percepção dos ativos como uma alternativa de proteção em tempos de incerteza.
O BTC foi negociado a US $ 90.282 por volta das 11h, com mais de 3% de aumento do dia. No mesmo período, o índice S&P 500 retira 6% e o dólar perde 5% em valor. O ouro, o ativo de proteção tradicional, aumenta 9%, de acordo com o desempenho do Bitcoin no mês.
A apreciação ocorre em meio a uma tensão política aumentada nos Estados Unidos. O presidente Donald Trump vem pressionando o Federal Reserve por cortes imediatos de juros e ameaçando descartar Jerome Powell da posição do presidente. Como reflexão, os investidores buscam ativos considerados mais resistentes à turbulência.
Além disso, o Bitcoin está decolando do desempenho das sacolas dos EUA. Tradicionalmente, em tempos de crise, o ativo geralmente acompanha o mercado de ações. Mas nos últimos 30 dias, a correlação entre o BTC e o S&P 500 caiu para 0,65 – abaixo da média histórica próxima a 1,0 em períodos de forte estresse, de acordo com o Compass Point.
Do ponto de vista técnico, o Bitcoin está superando uma região considerada difícil de quebrar, entre US $ 88.000 e US $ 89.000. Esta faixa reúne três barreiras: o preço médio dos últimos 200 dias, um indicador chamado “Ichimoku Cloud” e o máximo de março. Para a analista de estratégias da FairLead, Katie Stockton, deixar esta região para trás pode abrir caminho para o próximo alvo: US $ 95.900.
Consolidação
Embora o avanço recente esteja ocorrendo com volumes de negociação mais baixos, os analistas destacam a força do mercado como um todo. O relatório mais recente do 21Shares Manager aponta que o Bitcoin está em um momento de consolidação – ou seja, da reorganização das forças – e não em um possível ciclo, como ocorreu no final de 2021.
Segundo 21Shares, os investidores de longo prazo compraram novamente o Bitcoin após a correção de março e a liquidez global (a quantidade de dinheiro que circula nos mercados) começou a subir novamente. Isso pode criar um ambiente mais favorável para uma nova onda de apreciação.
O gerente também aponta que, diferentemente de outros ciclos, o mercado reagiu mais maduro. Mesmo após quedas fortes no início do ano, o preço do Bitcoin permaneceu em níveis mais altos do que antes das eleições dos EUA, o que mostra a resiliência. Não houve grandes ondas de pânico ou vendas em massa, como no passado.
Outro fator que reforça a tese de recuperação é a proximidade do Bitcoin de atingir um novo registro de apreciação contra o índice da NASDAQ, que reúne as maiores empresas de tecnologia dos EUA. A relação entre os dois é de 4,96, perto do recorde de 5,08, atingiu quando o BTC atingiu US $ 109.000 em janeiro.
