A troca comercial e a troca de conhecimentos tecnológicos se aproximam cada vez mais dos setores do agronegócio do Brasil e da China. Em comum, ambos os países visam aumentar a produtividade em paralelo com a descarbonização.
Esses temas fizeram parte de um dos painéis do “Summit Value Econômico Brasil-China 2025”, um evento que começou na manhã de quarta-feira (23), em Xangai, e reúne empresários, especialistas e empreendedores brasileiros e chineses.
Suzano começou a exportar celulose para a China há 40 anos e hoje o país representa o principal destino de exportação de biomassa da empresa brasileira. “Embora o país tenha uma queda nas taxas de natalidade, a demanda na China continua a crescer substituindo os produtos que usam energia fóssil por aqueles que usam energia renovável”, diz o presidente da Suzano, Pablo Gimenez Machado.
As soluções logísticas em novas rotas portuárias entre os dois países permitiram reduzir os custos de tempo e transporte. “Isso abre oportunidades, por exemplo, para a venda de frutas do Brasil para o mercado chinês”, diz Fernanda Maciel, diretora assistente de relações internacionais da Confederação Nacional da Agricultura.
Guo Junping, diretor de política e estratégia da COFCO, uma das maiores negociações agrícolas do mundo, comentou sobre os interesses da empresa em expandir a estrutura logística no Brasil. Recentemente, a empresa investiu R $ 1,2 bilhão na compra de locomotivas e vagões para melhorar a operação de transporte de grãos para o terminal do grupo no porto de Santos.
Os participantes do painel também conversaram sobre a guerra comercial envolvendo os Estados Unidos e a China. Para Larissa Wachholz, coordenadora do programa China de Cebri, é difícil avaliar o resultado. “Tudo depende da configuração final das tarifas”, diz ele. Ela acrescenta, no entanto, que a China e os EUA são dois grandes mercados e dificilmente chegarão a um acordo.
