A poucos dias da realização da Assembleia Geral Ordinária (AGO), programada para a próxima segunda-feira, 29 de abril, a Eletrobras comunicou oficialmente aos seus acionistas, no domingo (27), a aplicação de um terceiro aviso formal ao conselheiro Marcelo Gasparino da Silva. O novo aviso foi classificado como uma infração grave pela companhia, reforçando o ambiente de tensão às vésperas do encontro decisivo entre acionistas.
Segundo a Eletrobras, o motivo para a nova advertência é a recorrência de condutas consideradas incompatíveis com o Código de Conduta e com as normas internas da companhia. A empresa não detalhou, neste primeiro comunicado, quais foram os atos específicos que motivaram a aplicação do terceiro aviso, mas indicou que se tratam de reiteradas práticas que ferem os padrões éticos exigidos pela governança corporativa da empresa.
Clima de tensão antes da AGO
O episódio acontece em um momento estratégico para a Eletrobras. A AGO deste ano tem importância central para o futuro da companhia, especialmente em função das discussões sobre renovação de mandatos no conselho, políticas de remuneração e planos estratégicos de médio e longo prazo.
Marcelo Gasparino, que já havia recebido outros dois avisos formais em situações anteriores, é conhecido por adotar posturas críticas em relação a algumas decisões da atual gestão da empresa. Sua atuação, marcada por embates internos, parece ter contribuído para o acirramento do clima dentro do conselho.
Apesar das advertências, Gasparino continua exercendo normalmente suas funções como conselheiro. No entanto, a repetição de avisos formais pode fortalecer movimentos internos por sua eventual destituição ou pela não renovação de seu mandato na assembleia.
Governança em foco
A situação também reacende o debate sobre os desafios da governança corporativa nas grandes empresas brasileiras, especialmente em companhias de capital aberto com forte participação do setor privado e do governo.
Após a sua privatização parcial, concluída em 2022, a Eletrobras passou a ter regras de governança mais rigorosas para garantir a proteção dos interesses de seus acionistas minoritários e da própria sustentabilidade da companhia no longo prazo. A gestão de conflitos internos e a manutenção de padrões elevados de conduta ética são considerados pontos fundamentais para a credibilidade da empresa no mercado.
Expectativas para a Assembleia
A expectativa é que o tema envolvendo Marcelo Gasparino seja abordado direta ou indiretamente durante a Assembleia de 29 de abril. Investidores estarão atentos não apenas às votações formais, mas também aos sinais que a empresa dará em relação à estabilidade de sua liderança e à condução dos próximos ciclos de gestão.

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